segunda-feira, 13 de abril de 2009

Hoje o sol não me aquece...

(Para a Suse)


Tremo!
Hoje não aguento este frio, esta solidão, sinto-me vazio.
Cheguei agora a casa, estava na biblioteca, ao passar pela praça não vi nada de novo, não senti o calor humano, só vi, e de relance, o sol reflectido numa das torres da Igreja. A praça já não é a mesma, nem as capas negras lá estão, até a água da fonte está sem o repuxo habitual, elá que já devia fazer aquilo sozinha pois são tantos anos, décadas, a fazer o mesmo trajecto.
Serei eu que tenho frio ou apenas estou frio? Nem eu sei responder muito bem a isso. Mas ainda me lembro a última vez que me senti assim, foi no mês de Setembro de 2007, no dia 7, quando a minha mãe me telefonou perto das oito da manhã e me disse a última coisa que eu queria ouvir na minha vida. O meu pai tinha falecido. Disse para ela repetir que eu não tinha entendido bem o que me tinha dito. Eu não queria ouvir isso, não me sentia preparado para enfrentar os momentos que se seguiam, não estava preparado para O perder de vez, não queria deixar de dizer a palavra “pai”, não sabia como dizer ao meu mano, ao meu avô e à minha avó o que se tinha passado. Como se comunica a uma criança de doze anos que o seu ídolo faleceu? Nem eu sei bem como o fiz, mas fi-lo. Tentei não chorar e disse-lhe para ele se vestir porque íamos ter com os nossos pais, ou melhor com a nossa mãe porque o pai já não nos via. Estavam encerrados dez meses de sofrimento para o meu pai.
E hoje estou aqui, com mais força que nunca. Apesar do túnel me ter encoberto eu conssegui sair de lá, daquele lugar sem luz, frio, gélido mesmo.
Ganhei força e coragem, queria ajudar os meus, que também era Dele, que eram nossos! Continuarão a ser... pois Ele está presente, aqui, ali, onde quer que eu vá. Não o vejo, não o abraço, não lhe toco, mas conssigo senti-lo, às vezes até oiço a sua voz...

Sem comentários:

Enviar um comentário